sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Amadurecimento

Graças a tecnologia e mais informações sobre a Síndrome, posso considerar as "novas" portadoras privilegiadas!
Sim, pois na minha descoberta eu não tive muitas informações, primeiro porque a médica só me disse o seguinte: você não pode ter filhos e seu canal vaginal provavelmente será mais curto do que o normal. Só isso? Só.
Mais nada me foi transmitido. Muito tempo depois resolvi a ir em uma outra ginecologista, contei meu caso mas fui tratada com tando descaso que resolvi não ir mais. Simplesmente ela não me examinou, mal prestou atenção no que eu disse e já me jogou um pedido de exame, o qual nunca o fiz, e nem me lembro mais que tipo de exame era.
Pronto, foi o trauma. Sozinha, sem informação, sem ajuda médica.
Bom, ao menos do médico a gente espera uma compreensão maior, mas tantos não nos dão atenção. Isso nos frusta, ao menos me frustrou.
Há um ano, um ano e meio, eu fui em outra buscando alternativas de tratamento, bem reconhecida. Porém, totalmente leiga no assunto. Me julganto até ser uma provável hermafrodita. É mole???
Mas aí veio a luz.... a luz no fim do túnel! Pois existem outros médicos, espalhados por aí, com total conhecimento sobre. E foi em um desses que eu resolvi ir, em outro Estado.
Agora sim eu estava conversando com alguém que sabia o que eu estava falando e tinha total experiência sobre o processo cirúrgico. Pronto, me encontrei!
Agora confesso: se eu tivesse buscado ajuda naquele início, com 15, 16 anos.... creio que muita coisa teria sido diferente. Mas somente o tempo mesmo para nos amadurecer e passarmos a enxergar as coisas com outros olhos.
Relacionamento sempre fugi. Não só pela questão filhos, mas e o canal? E as relações como seria? E os questionamentos sobre menstruação e o pedido em se usar anticoncepcionais? Como explicar isso tudo.... algumas coisas, no início, dariam para camuflar, para depois abrir o jogo com o parceiro. Mas o que não dava mesmo era o canal, e eu descobri isso depois.
Me envolvi com uma pessoa, e na relação, que tentei por teimosia e pra ver se era verdade mesmo, constatei o já constatado, canal curto. E depois de mais tentativas, ele já queria que eu procurasse um médico (nessa época eu já havia marcado a cirurgia), já preocupado em eu engravidar, querendo que eu tomasse anticoncepcionais.... aiaiaiai, que situação!
Enfim, fui fazer a cirurgia e logo depois não me envolvi mais com ele. A curiosidade demais me irritava, pois sempre fui mais discreta, e como nosso relacionamento havia pouco tempo, eu já não ia falando: olha, eu sou portadora da síndrome de rokitansky! Não dava, ao menos ainda.
Mas enfim.... o que eu quero dizer é: não se permita se isolar por ser portadora. Hoje eu me arrependo muito em não ter procurado ajuda de imediato ou mais nova, porém antes tarde do que nunca!
Procure ajuda, apoio, se permita relacionar com alguém, converse com alguém de sua confiança sobre a síndrome, vá se libertando um pouco dela, que a partir daí as coisas vão fluindo na sua vida.
E quando menos esperar você estará toda feliz, não tão apegada a síndrome e se relacionando com a pessoa do sexo oposto, totalmente confiando em si!
Procure um médico para saber qual tratamento é o melhor no seu caso. Psicólogo também ajuda muito.
Siga em frente!
Você merece ser feliz!

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