quinta-feira, 8 de novembro de 2012

A idéia é simples, fazer acontecer é que são elas.


Hoje em dia, nessa era tecnológica, onde tudo é on line, fazer as coisas acontecerem parece que virou um passe de mágicas. Na verdade, pra mim, isso tudo não passa de pura aparência e idealização de como a pessoa deseja ser ou que a vida dela seja, quão ousada como fica escrevendo nas redes sociais por ai.
O que eu quero dizer é.... a vida não pára para que nós possamos consertar algo, nos recuperar de uma decepção, juntar os pedaços do nosso coração, ser feliz mais um segundinho.... enfim, são coisas que realmente não se tem como parar para realizá-las, simplesmente o tempo não pára, a vida segue, e nós, ao menos o correto seria, deveríamos seguir nesse mesmo fluxo, da melhor maneira possível, sabendo conciliar bem o que realmente devemos fazer com o que realmente queremos fazer, o que devemos fazer e o que tem de ser feito.
Descobrir ser portadora me fez "parar" por 7 anos, sem buscar ajuda, médico, alguém, informações.... foram 7 anos nas escuras, sozinha, triste, isolada, me condenando não ser merecedora de qualquer tipo de felicidade (tá que as vezes ainda não me acho merecedora, confesso). Esse isolamento nos faz nos perder de nós mesmo. Claro que quando descobri me senti a ET, a anormal, questionando: porque eu, porque comigo? Eu sei lá porque.... e pra que ficar parada no tempo tentando encontrar respostas para algo que talvez nem tenha? Simplesmente nasci assim, e para quem acredita em Deus, porque Deus quis dessa maneira, através de algum propósito na minha vida e até na vida de outras pessoas, esse o qual eu não sei ainda. Depois que encontrei meninas de diversos lugares, portadoras também, digo que o primeiro propósito de Deus em nossas vidas foi nos encontrar, e o restante vamos descobrindo juntas.... a união faz a força!
Não somos tão anormais, somos tão normal quanto qualquer outra pessoa. Hoje digo que não sei o que seria pior, nascer sem útero ou tê-lo e da mesma forma não poder gerar um ser. Ao menos sou sadia, e isso é o que importa, saúde é importante, o resto corremos atrás (clichê, eu sei).
Então, se você se descobriu portadora, não se esconda, procure ajuda, o peso se torna mais leve quando compartilhado, eu me senti super bem quando pude conversar com meninas que realmente sabiam o que eu sentia e sinto ainda, podendo desabafar com quem sente na pele o que é nascer sem útero, canal vaginal, as vezes sem um ovário, rim, ou alguma má formação que a síndrome acarreta. Nós sabemos muito bem que desabafar com alguém "normal", os conselhos parecem tão.... superficiais, porque essa pessoa que me ouve não sabe nem um terço do que realmente eu sinto, pode saber quando desabafo sobre a perda de um amor, de um ente querido.... ou seja lá o que for, mas saber mesmo o que sinto em relação a ser portadora da Síndrome de Rokitansky, o que passei e posso vir a passar, somente nós mesmo, portadoras, que sabemos.
É por isso, eu sei que se conselho fosse bom era vendido, mas vou dar mesmo assim: o melhor é se descobrir e descobrir que não está só, que as vezes, mesmo distante, tem uma pessoa super real que realmente sabe como você se sente, irá te ouvir, te aconselhar, apoiar, e você se sentirá mais forte e capaz!
Traça suas metas, 2013 está aí!
Busque ajuda, não tenha vergonha de si mesma.
Se ame!

Um comentário:

  1. É difícil definir o que se passa na pele do outro, seja o que for, cada um reage (ou não) de formas diferentes, a questão sempre será em como agnt encara o problema,afinal eles sempre estarão lá...e é mais difícil ainda quando agnte não tem idéia de como é estar naquela pele (no caso de uma portadora) embora ainda escutamos um "imagino como se sente"...
    BZP

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